quarta-feira, 24 de março de 2010

Saudades do Laurentina em Lisboa


Com a proximidade dos festejos da Semana Santa lembrei-me do Laurentina. Laurentina é um destes restaurantes antigos de Lisboa e foi indicado pela minha amiga Alciene que lá esteve há 8 anos atrás. Coisas do velho mundo: o restaurante permanecia com as mesmas características de outrora. Portugal, é, hoje o país que tem o maior consumo per capita de bacalhau do mundo. O consumo acentuado deste peixe salgado e seco e de tanto outros frutos do mar, durante a semana santa, deve-se ao sacrifício de Jesus, que ofereceu seu corpo para salvar os homens. Este credo foi se espalhando mundo afora por padres e jesuítas aos povos colonizados pelos países católicos. A ingestão de tal pescado não somente ocorria na Sexta-feira Santa como também na Quarta-feira de Cinzas, durante os 40 dias de Quaresma, na vésperas da Pentecostes, no dia de Todos Santos e do natal. Com o passar do tempo tal abstinência somente ocorre na Semana Santa.

Porém, é preciso sabermos que, tal iguaria como sendo de origem Portuguesa, advêm do Ártico, ou seja, pescado a centenas de milhares de distância de Lisboa. Como o Bacalhau era um alimento barato e que tudo era aproveitado: lombo, língua, ovas, barbatanas e espinhas, foi graças ao salgamento e secagem deste bacalhau que ele pode ser utilizado em longas viagens além mares na descobertas lusitanas. No século IX o bacalhau seco era levado nas embarcações dos Vikings que não salgavam, apenas, secavam, pois não conheciam o sal. O sal no Bacalhau foi introduzido por volta do século XV pelos Bascos que capturavam o pescado na Terra Nova, ou seja, litoral do Canadá, antes mesmo de Cristovão Colombo. No século XIV, o bacalhau era pescado na costa da Inglaterra com os conhecimentos do povos normandos. Durante muitos anos os bascos e lusitanos tinham o domínio do comércio do Bacalhau até que surgisse em águas frias os franceses e ingleses.
No Brasil, o bacalhau foi introduzido pelas caravelas de Cabral, sendo que, as diversas maneiras de preparação deste peixe se deu de forma mais efetiva com a mudança da Família Real para o Rio de Janeiro. Hoje, somos o maior importador de bacalhau do mundo, sendo que, 85% desta importação provém da Noruega. O restante deste percentual vem da importação do bacalhau saithe que uma espécie mais barata do bacalhau.

Após a segunda guerra mundial, com a escassez de alimentos, até os dias atuais, o bacalhau tornou-se uma iguaria cara nas mesas do brasileiros. Porém, existe hoje diversos tipo de bacalhau e diversas maneiras de preparar este bacalhau, de modo que ,poderá ser compartilhado por diversas camadas da população. Hoje, somente tenho a dizer: saudades do LAURENTINA em terras lusitanas. Saudade esta, que poderá ser amenizada preparando um bom Bacalhau, que em breve, estarei mostrando para vocês, bem como, freqüentando a LUSITÂNIA, não em Lisboa, mas no centro de Aracaju, saboreando um delicioso bolinho de bacalhau, que agora tem em 3 versões: especial, do porto e o da casa. Para quem não sabe, A Lusitânia de Aracaju fica na rua Laranjeiras, vizinha a igreja São Salvador.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Inuguração da Cozinha Gourmet de Eduardo


Chef em ação.

Na verdade, esta e tantas outras confrarias que fazemos, tem como intuito a confraternização, a brincadeira e a canalização para outra atividade totalmente diferente da atividade que exercemos no dia a dia. Hoje em dia, existe uma busca maior por parte de profissionais com atividades stressantes, como a que exercemos, por outras atividades com menos stress sem intuito profissional, para que possamos canalizar nossas energias e seguirmos em frente no cotiano do dia a dia. É comum deparramos com médicos, engenheiros, economista da bolsa fazendo atividades paralelas totalmente diferente da sua profissão. Na culinária você pode encontrar o equilibrio, a alquimia e o uso dos sentidos, e quando tudo isto é feito sem pretensões, o resultado somente pode ser prazeroso....

Eduardo, o aprendiz de cozinheiro fazendo a finalização dos pratos....

Filé temperado com vinho tinto e Molho de Gorgonzola.

O Chef do Cordão Blu fazendo o mesa in place na Hornização do jantar

Trio Bom de Boca: Marcelo e Silvana Franco e João Deda

Conversa ao pé do ouvido entre Eduardo e Marcelo Franco.
Sivaldo fazendo a degustação do vinho!


Todos reunidos na confraria de inauguração da cozinha Gourmet de Eduardo Fonseca. O Menu degustação teve como entrada um vinagrete de mexilhões e de Polvo e Brusquetas (Crostini) de mussarela e tomate. Como Prato Principal: Filé baixo ao Molho de Gorgonzola guarnecido com Arroz a Piamontês.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Da Andaluzia (Servilha) à Glass House


Momentos de muita alegria registrados pela minha máquina e publicada agora no blog. Walter Chou estava também com muita fome....


Olha a minha cara de fome e de alegria por parar um pouco após longas caminhadas, por uma das cidades mais bonitas da Espanha - Servilha - na região da Andaluzia, das tapas, das touradas, do zorro, de belas mulheres.....

Iniciamos abrindo o almoço naquela tardia fria e cálida de Servilha com fazem os espanhóis - pedindo um prato de tapas de vinagrete de polvo, que por sinal, eu tentei reproduzir e ficou muito bom! Breve colocarei a receita no Blog.


Paella no restaurante da Andaluzia (Servilha).

Olha a minha face pós-prandial após saciar minha fome e receber a conta com propina em euros. Saciar ou assouvir como dizem os franceses.

Não querendo ser comparativo mas podemos observar a diferença entre a fartura da paella em um restaurante da Espanha (à esquerda) e a paella feita em casa. Podemos até justicar através da História esta diferença, levando em conta as privações pós-guerra sofrida pelos paises europeus, se bem que, pelo preço que pagamos em euros, não justifica tanta escassez em frutos do mar. Enfim, o gosto estava muito bom e a fome também...

E Viva a Espanha


E viva a Espanha e os espanhóis que criaram a paella este delicioso prato típica da culinária hispánica e que tem suas raizes na região de Valência e é também conhecido em terras portuguesas com Arroz a La Valenciana. A origem do prato se deve aos camponeses que partiam para o campo com a paellera ou paella, arroz, azeite e sal e agregavam ingredientes da caça, legumes da estação e as sobras que possuíam. O tomate só foi acrescentado posteriormente, trazido da América por Cristóvão Colombo, e o frango, que era muito caro para os padrões da época. A origem do nome paella decorre da panela aonde é feita a paella pois trata-se de uma frigideira rasa e grande com duas alças. Na Glasss House Confraria nos somente fazemos a Paella Marineira, ou seja, a paella somente com frutos do mar, sem o frango e sem o chorizo. Usamos a lambreta, o camarão, lulas e polvo mexilhões e é claro o açafrão, a curcuma e paprica doce. A propósito é bom frisar que na Espanha não comemos uma Paella tão saborosa e rica como a nossa. este prato suntuoso é servido cada vez menos como um prato gastronômico nos restaurantes espanhóis, mas apenas industrializado, congelado e comercializado sob o rótulo Paellador, que privilegia as porções individuais e que não tem nada de comum com o "knowhow" da cozinha espanhola.
A Finalização da Paella. Esta paella (panela) foi presente de minha amiga Alcione que mora na Espanha e me presentou.


Após a colocação do frutos do mar como o arroz, os temperos (açafrão, curcuma e paprica) e em seguida vamos colocando o caldo de camarão misturado com o caldo aonde foi cozido o polvo.

Involtine di Melanzane

Depois de um período sem atualizações do blog, retornarei com uma receita simples e de fácil execução: involtine di melanzane, que nada mais é do que um enroladinho de beringela. Aqui no caso nos vamos usar uma mistura de ricota amassada com garfo e temperada com tomilho, sal e pimenta do reino a gosto. Segue a receita com passo a passo e bon appetit. Vo a La...

Para fazer os enrolados de beringela, incinicialmente corte a beringela no sentido transversal e frite no azeite em uma chapa. Disponha duas fatias de beringelas uma em cima da outras e disponha a massa de ricota para em seguida enrolar. Para fazer a massa de ricota se faz necessário aproximadamente 200g de ricota amassada com um garfo e temperada a gosto com tomilho, sal e pimenta do reino.

Coloque um pouco da massa de ricota temperada e disponha sob as fatias de beringelas enrolado-as

Enrolando as fatias de beringelas com a massa dericota temperada.

Depois de fazer os enrolados de beringela disponha em um refratário sob uma camada de molho de tomate fresco (caseiro)
Forre o fundo de um refratário com molho de tomate fresco (caseiro) e em seguida disponha dos enrolados de beringela.

Uma vez concluido os enrolados de beringela disponha em um refratário sob uma camada de molho de tomate fresco (caseiro) e acima dos enrolados disponha com pouco de tomate concassé que nada mais é do que o tomate sem pele e cortados em cubos de 1 por 1 cm aproximadamente.

Coloque o queijo parmezão em cima dos involtines (enroladinhos) e coloque para gratinar em forno a 200 graus por um tempo aproximadado de 15 a 20 minutos.

Uma vez gratinado em forno a 200 graus por aproximadamente 15-20 minutos retire do refratário e sirva em porções individuais.
Finalizando o prato escolha um bom vinho tinto e bon apettit!