Com a proximidade dos festejos da Semana Santa lembrei-me do Laurentina. Laurentina é um destes restaurantes antigos de Lisboa e foi indicado pela minha amiga Alciene que lá esteve há 8 anos atrás. Coisas do velho mundo: o restaurante permanecia com as mesmas características de outrora. Portugal, é, hoje o país que tem o maior consumo per capita de bacalhau do mundo. O consumo acentuado deste peixe salgado e seco e de tanto outros frutos do mar, durante a semana santa, deve-se ao sacrifício de Jesus, que ofereceu seu corpo para salvar os homens. Este credo foi se espalhando mundo afora por padres e jesuítas aos povos colonizados pelos países católicos. A ingestão de tal pescado não somente ocorria na Sexta-feira Santa como também na Quarta-feira de Cinzas, durante os 40 dias de Quaresma, na vésperas da Pentecostes, no dia de Todos Santos e do natal. Com o passar do tempo tal abstinência somente ocorre na Semana Santa.Porém, é preciso sabermos que, tal iguaria como sendo de origem Portuguesa, advêm do Ártico, ou seja, pescado a centenas de milhares de distância de Lisboa. Como o Bacalhau era um alimento barato e que tudo era aproveitado: lombo, língua, ovas, barbatanas e espinhas, foi graças ao salgamento e secagem deste bacalhau que ele pode ser utilizado em longas viagens além mares na descobertas lusitanas. No século IX o bacalhau seco era levado nas embarcações dos Vikings que não salgavam, apenas, secavam, pois não conheciam o sal. O sal no Bacalhau foi introduzido por volta do século XV pelos Bascos que capturavam o pescado na Terra Nova, ou seja, litoral do Canadá, antes mesmo de Cristovão Colombo. No século XIV, o bacalhau era pescado na costa da Inglaterra com os conhecimentos do povos normandos. Durante muitos anos os bascos e lusitanos tinham o domínio do comércio do Bacalhau até que surgisse em águas frias os franceses e ingleses.No Brasil, o bacalhau foi introduzido pelas caravelas de Cabral, sendo que, as diversas maneiras de preparação deste peixe se deu de forma mais efetiva com a mudança da Família Real para o Rio de Janeiro. Hoje, somos o maior importador de bacalhau do mundo, sendo que, 85% desta importação provém da Noruega. O restante deste percentual vem da importação do bacalhau saithe que uma espécie mais barata do bacalhau. Após a segunda guerra mundial, com a escassez de alimentos, até os dias atuais, o bacalhau tornou-se uma iguaria cara nas mesas do brasileiros. Porém, existe hoje diversos tipo de bacalhau e diversas maneiras de preparar este bacalhau, de modo que ,poderá ser compartilhado por diversas camadas da população. Hoje, somente tenho a dizer: saudades do LAURENTINA em terras lusitanas. Saudade esta, que poderá ser amenizada preparando um bom Bacalhau, que em breve, estarei mostrando para vocês, bem como, freqüentando a LUSITÂNIA, não em Lisboa, mas no centro de Aracaju, saboreando um delicioso bolinho de bacalhau, que agora tem em 3 versões: especial, do porto e o da casa. Para quem não sabe, A Lusitânia de Aracaju fica na rua Laranjeiras, vizinha a igreja São Salvador.
Chef em ação. Na verdade, esta e tantas outras confrarias que fazemos, tem como intuito a confraternização, a brincadeira e a canalização para outra atividade totalmente diferente da atividade que exercemos no dia a dia. Hoje em dia, existe uma busca maior por parte de profissionais com atividades stressantes, como a que exercemos, por outras atividades com menos stress sem intuito profissional, para que possamos canalizar nossas energias e seguirmos em frente no cotiano do dia a dia. É comum deparramos com médicos, engenheiros, economista da bolsa fazendo atividades paralelas totalmente diferente da sua profissão. Na culinária você pode encontrar o equilibrio, a alquimia e o uso dos sentidos, e quando tudo isto é feito sem pretensões, o resultado somente pode ser prazeroso.... Eduardo, o aprendiz de cozinheiro fazendo a finalização dos pratos.... Filé temperado com vinho tinto e Molho de Gorgonzola.
Momentos de muita alegria registrados pela minha máquina e publicada agora no blog. Walter Chou estava também com muita fome....Olha a minha cara de fome e de alegria por parar um pouco após longas caminhadas, por uma das cidades mais bonitas da Espanha - Servilha - na região da Andaluzia, das tapas, das touradas, do zorro, de belas mulheres..... Iniciamos abrindo o almoço naquela tardia fria e cálida de Servilha com fazem os espanhóis - pedindo um prato de tapas de vinagrete de polvo, que por sinal, eu tentei reproduzir e ficou muito bom! Breve colocarei a receita no Blog.
E viva a Espanha e os espanhóis que criaram a paella este delicioso prato típica da culinária hispánica e que tem suas raizes na região de Valência e é também conhecido em terras portuguesas com Arroz a La Valenciana. A origem do prato se deve aos camponeses que partiam para o campo com a paellera ou paella, arroz, azeite e sal e agregavam ingredientes da caça, legumes da estação e as sobras que possuíam. O tomate só foi acrescentado posteriormente, trazido da América por Cristóvão Colombo, e o frango, que era muito caro para os padrões da época. A origem do nome paella decorre da panela aonde é feita a paella pois trata-se de uma frigideira rasa e grande com duas alças. Na Glasss House Confraria nos somente fazemos a Paella Marineira, ou seja, a paella somente com frutos do mar, sem o frango e sem o chorizo. Usamos a lambreta, o camarão, lulas e polvo mexilhões e é claro o açafrão, a curcuma e paprica doce. A propósito é bom frisar que na Espanha não comemos uma Paella tão saborosa e rica como a nossa. este prato suntuoso é servido cada vez menos como um prato gastronômico nos restaurantes espanhóis, mas apenas industrializado, congelado e comercializado sob o rótulo Paellador, que privilegia as porções individuais e que não tem nada de comum com o "knowhow" da cozinha espanhola.A Finalização da Paella. Esta paella (panela) foi presente de minha amiga Alcione que mora na Espanha e me presentou. Após a colocação do frutos do mar como o arroz, os temperos (açafrão, curcuma e paprica) e em seguida vamos colocando o caldo de camarão misturado com o caldo aonde foi cozido o polvo.